Na Belarus, Médicos Sem Fronteiras (MSF) apoia o programa nacional de tuberculose (TB) e o tratamento da hepatite C nas prisões. Em 2021, passamos a assistir as pessoas em trânsito, que ficaram retidas entre a Belarus e a União Europeia (UE).

Continuamos a apoiar seis instalações de TB no país: três na capital, Minsk, e três nas demais regiões. Propusemos, com sucesso, uma abordagem centrada na pessoa em tratamento e realizamos uma série de sessões de treinamento sobre este modelo de cuidado.

Minsk é uma das sete localidades onde se dá o ensaio clínico chamado TB PRACTECAL, que visa identificar novos regimes de tratamento para pacientes com TB multirresistente (TB-MDR), que sejam mais curtos, mais efetivos e toleráveis. Em 2021, as conclusões das fases II e III do estudo, realizadas no Uzbequistão, na Belarus e na África do Sul, apontaram que o novo regime de tratamento mais curto foi muito efetivo: 89% dos pacientes do grupo que fez uso dos novos regimes de medicamentos foram curados, em comparação com 52% dos pacientes em regimes de tratamento padrão. Além disso, o estudo mostrou que houve uma redução significativa nos efeitos colaterais vivenciados pelos pacientes em decorrência do uso dos medicamentos mais novos.

Em 2021, iniciamos um novo programa de tratamento de pessoas com hepatite C no sistema penitenciário. Os primeiros pacientes foram internados em dezembro.

Desde meados de 2021, milhares de pessoas estavam tentando chegar à UE pela Belarus. Embora a Belarus tenha facilitado o fluxo migratório, a resposta das autoridades dos países da UE tem sido declarar estado de emergência, mobilizar unidades militares e construir cercas nas fronteiras para criar barreiras que impeçam a passagem dos migrantes. Encurraladas entre lados opostos, as pessoas ficaram efetivamente presas ao longo da fronteira policiada por oficiais da Polônia, da Lituânia e da Belarus, o que colocou suas vidas em risco.

Nossas equipes ofereceram assistência médica e humanitária, incluindo encaminhamentos de pacientes e ajuda com tradução para as pessoas em movimento dispersas pelo país, enquanto continuavam tentando chegar àqueles que se encontravam retidos nas áreas restritas de fronteira entre a Belarus e os países da UE.