A situação humanitária na República Popular Democrática da Coréia (RPDC) continua extremamente preocupante, com o fechamento das fronteiras impedindo o acesso tanto de pessoas quanto de suprimentos. 

O fechamento prolongado das fronteiras da RPDC devido à pandemia de COVID-19 parece ter levado a uma deterioração acentuada da situação médico-humanitária no país. Embora as necessidades tenham aumentado significativamente, as restrições tornaram praticamente impossível para as organizações de ajuda prestar assistência ao longo de 2021. O programa de Médicos Sem Fronteiras (MSF) em North Hamgyong, que foi implementado em 2018 para melhorar a oferta de cuidados gerais de saúde e tratamento de tuberculose (TB), teve suas atividades suspensas e em estado de constante alerta para uma possível retomada durante todo o ano. 

Ao longo do ano, embora não tenhamos conseguido realizar atividades em campo, demos início ao fornecimento de materiais técnicos e científicos para orientar e melhorar o diagnóstico e o tratamento da tuberculose multirresistente no país. Em resposta a uma solicitação do Ministério da Saúde Pública, esse apoio incluiu orientações para a implementação de novos regimes de tratamentos medicamentosos para TB resistente a medicamentos e o tratamento da infecção por TB. Os estoques médicos remanescentes de MSF em Pyongyang, potencialmente úteis para a preparação da resposta à COVID-19 e cuidados médicos contínuos, foram doados para uso. 

Mantivemos um diálogo contínuo com as autoridades da RPDC, tanto dentro do país quanto por meio de embaixadas, e coordenamos consultas com outras ONGs e acadêmicos para definir a abordagem e as prioridades de MSF para o caso de uma reabertura das fronteiras. Após esses diálogos, a equipe identificou a TB e o apoio à insegurança alimentar como pontos de atenção mais relevantes para o futuro programa. Também estamos explorando, em discussões com as autoridades, formas possíveis de apoiar o programa remotamente.