Médicos Sem Fronteiras (MSF) administra projetos na Somália e na Somalilândia para assistir pessoas afetadas por conflitos e padrões climáticos extremos, como secas prolongadas e inundações sazonais.  

Esses eventos adversos causaram deslocamentos em massa e tiveram graves impactos no acesso a alimentos, água e cuidados de saúde. Em 2021, 5,9 milhões de pessoas na Somália e na Somalilândia precisaram de assistência humanitária, 2,9 milhões de pessoas foram deslocadas, principalmente devido a conflitos e desastres relacionados com o clima, e 3,5 milhões de pessoas foram consideradas em situação de insegurança alimentar1. Além disso, as taxas de morte durante a gravidez, o parto e a infância estão entre as mais altas do mundo. Doenças como o sarampo e a diarreia são as principais causas de morte entre crianças. 

Ao longo do ano, nossas equipes conduziram serviços médicos em hospitais nas cidades e municípios, concentrando esforços em cuidados maternos, pediátricos e de emergência, suporte nutricional, COVID-19 e diagnóstico e tratamento da tuberculose (TB) e da tuberculose multirresistente (TB-MDR). Além disso, levamos clínicas móveis para áreas remotas, a fim de prestar cuidados às pessoas que vivem em campos de deslocados e nas comunidades dos arredores dos acampamentos. 

O sarampo, altamente contagioso, passível de prevenção por meio de vacinas e muitas vezes mortal – para crianças –, predominou no país ao longo de 2021, com surtos que afetaram várias regiões. No Baixo Juba, no estado do Sudoeste, e na região de Mudug, no estado de Galmudug, equipes de MSF apoiaram o Ministério da Saúde em campanhas de vacinação contra o sarampo, tratamento e sessões de educação em saúde. 

Após a terceira estação consecutiva de chuvas fracas, associada às condições resultantes da seca, respondemos a uma emergência de desnutrição aguda em Jubaland durante a “lacuna da fome” – ou estação entre as colheitas. As equipes realizaram atividades de vigilância ativa e ofereceram tratamento nutricional e cuidados médicos a crianças menores de cinco anos. 

Fizemos uma parceria com uma organização médica local para estruturar “campos oftalmológicos” em Jubaland e no estado do Sudoeste, realizando exames e intervenções cirúrgicas para problemas oftalmológicos comuns que causam cegueira se não forem tratados.